27/06/2011

Apologética - Cuidado com os exageros!

Por Maurício Arruda

Muitos talvez nem saibam o que significa a palavra "Apologética" portanto, antes de falar sobre os exageros e perigos de pisar neste terreno, vamos defini-lá segundo o que os dicionários nos trazem acerca desta palavra:

Dicionário Web Priberam: Apologética: Parte da Teologia que ensina a defender a religião contra os seus detractores!.

Wikipédia: Apologética (do latim tardio apologetĭcus, através do grego ἀπολογητικός, por derivação de "apologia", do grego απολογία: "defesa verbal") é a disciplina teológica própria de uma certa religião que se propõe a demonstrar a verdade da própria doutrina, defendendo-a de teses contrárias.



Defender a fé cristã não é tarefa fácil, requer muito estudo, muita dedicação, muita determinação, grande capacidade de argumentação e um gosto peculiar por ser questionador, inclusive até das próprias convicções e assim, trazer respostas plausíveis para nossa mente e espírito.

Nesta missão, muitas serão as dificuldades encontradas ao longo do caminho como, a própria igreja brasileira (placas), as ditas visões de ministério, que uma vez definidas crêem veementemente em suas convicções e às defendem com unhas de dentes, os irmãos de fé e congregação, que muitas vezes, por serem desprovidos de embasamento bíblico ou por acreditarem nas visões que cito acima, dificilmente aceitam qualquer mudança de pensamento e direção, entre muitos outros aspectos que seria exaustivo ficar escrevendo uma vez que não é o foco desta postagem.

Por ser um questionador nato, visto por muitos como opositor, crítico, revoltado, entre outros adjetivos (risos), certamente me tornei um apologista, ainda que no início deste longo desafio e jornada. Noto entretanto, que assim como disse um dia um renomado pastor, o brasileiro não no todo, mas em grande ou na maior parte dele, é analfabeto de bíblia. Isso faz com que o cenário atual da igreja seja de crentes alienados que aceitam tudo que ouvem como verdade absoluta, como crendices, rituais esquisitos, liturgia em demasia, heresias, etc, o que a médio e longo prazo, pode ter um final desastroso quiçá irreversível.


Isso sem falar no "CTRL+C e CTRL+V" do crente, que ouve algo aqui e acolá e sai por aí divulgando aquilo sem ao menos se quer verificar a veracidade dos fatos biblicamente falando. Costumeiramente incentivo as pessoas que conheço à lerem as Escrituras insistentemente a fim de levá-los a um conhecimento maior deste manual insubstituível e desta forma, amadurecerem gradativamente, mas confesso que também é uma tarefa difícil, visto que a maioria prefere o alimento mastigado.
Mas um dos grandes perigos quando exageramos no campo da apologética, é que este é um cenário propício para perdermos a essência do foco do ministério de Jesus Cristo, que também é o nosso: "As Pessoas". O trabalho apologético não deve em hipótese nenhuma ser um ataque aos que andam no engano, vítimas de mestres segundo seus próprios desejos (2 Timótro 4:3-4), e muito menos uma disputa desenfreada de egos, vistos facilmente em sites subversivos, debates teológicos em rádio e TV e outras mídias e, mesmo por uma auto-promoção que visa o egocentrismo. Definitivamente não é esta a proposta de Jesus.

Mas com extrema autoridade e habilidade Jesus defendeu a fé genuína que havia sido vilipendiada pelos fariseus e escribas: "Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que fechais aos homens o reino dos céus; e nem vós entrais nem deixais entrar aos que estão entrando. (Mt 23:13)". Este era o tratamento "amoroso" que Jesus dispensava aos líderes religiosos da época.

Em contrapartida, o povo que era conduzido pelos fariseus ao engano religioso, era tratado de forma muito distinta: "Olhai para as aves do céu, que nem semeiam, nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não tendes vós muito mais valor do que elas? (Mateus 6:26)".
Da mesma forma é assim que devemos agir com os enganados e oprimidos por sistemas religiosos corrompidos em seus princípios e em sua moral, que arrogam para si o título de igreja verdadeira de Jesus Cristo, mas que estão distantes de Cristo e, consequentemente da verdade.

Conclusão: A apologética da compaixão não vai tentar limpar e curar sem antes demonstrar o amor de Deus que limpa e cura. Quando servimos a Cristo de forma sincera e permitimos que o Espírito Santo de Deus nos guie sem restrições, manifestamos o mesmo amor de Deus pelas almas perdidas que sofrem e padecem por estarem afastadas deste amor, embora muitas vezes, pensem ao contrário.

Reflita, repense, ore.

No mais tudo na Santa paz.

notas: trecho em cor verde e conclusão de Giuliano Barcelos apologista, membro da Igreja Batista da Lagoinha via revista Apologética, postado aqui no Cristão Sim Alienado Não.

26/06/2011

Série - Limitação, Imitação e Participação - #2

Dando sequência a série de discipulado, vamos estudar mais uma lei:



A LEI DA IMITAÇÃO: O MESTRE É O EXEMPLO

"Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade, em verdade vos digo que o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o enviou. Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as praticardes" (João 13.15-17).

O princípio da imitação foi enunciado em um momento crucial da vida dos discípulos. Eles estavam recusando a tarefa de lavar os pés uns dos outros antes da refeição. Ninguém queria "rebaixar-se" para servir os outros. Jesus levanta-se então da mesa, tirou a roupa de cima e passou a lavar os pés dos discípulos.

Depois perguntou: "Compreendeis o que vos fiz?" A lição era óbvia, Jesus enunciou-a com mais clareza ainda quando explicou: "Se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros" (João 13.14). Os discípulos precisam imitar o Mestre.

O objetivo do discípulo é ser como seu mestre (Mateus 10.24-25; Lucas 6.40). Devemos estar dispostos para realizar qualquer tarefa que o Mestre faria. Vamos imitar nosso Mestre, pois o discípulo não está acima do mestre.

Deus abençoe.

Veja aqui a Lei #1

fonte: hermeneutica.org.br

10/06/2011

Série - Limitação, Imitação e Participação - #1

Mateus 10:24 Não é o discípulo mais do que o seu mestre, nem o servo mais do que o seu senhor.



Vamos iniciar uma "série" de reflexões que nos traz ensinamentos acerca de discipulado no melhor modelo que existe, Jesus.

Jesus usou este provérbio em pelo menos quatro situações distintas que deixam transparecer três leis para o discípulo: 1. A lei da limitação; 2. A lei da imitação: 3. A lei da participação.

A LEI DA LIMITAÇÃO: O MESTRE É O LIMITE

"O discípulo não está acima do mestre: todo aquele, porém, que for bem instruído será como seu mestre" (Lucas 6.40). Jesus enunciou assim o princípio da limitação do aluno ao seu professor. O máximo que um discípulo conseguirá, depois de aprender tudo, é ser igual ao seu mestre. Este princípio vale para a maioria das áreas da vida, mas especialmente para a vida espiritual.

Jesus ilustrou este princípio com a parábola do cego que guia outro cego: "Pode porventura um cego guiar outro cego? Não cairão ambos no barranco?" (Lucas 6.39). Se o mestre for "cego", seus alunos não serão melhores do que ele; o fim de todos, mestre e alunos, será um "barranco" da vida.

Outra ilustração para o mesmo princípio é a "piada" do homem que quer ajudar seu irmão a tirar um cisco do olho, enquanto ele mesmo tem em seu próprio olho uma "tábua" inteira! Que falsidade: oferecer uma ajuda que, na realidade, não tem condições de dar (Lucas 6.41-42).

No fim de tudo, devemos lembrar que a árvore só pode dar o que tem, ou seja, o mestre só pode transmitir aquilo que ele é. A árvore boa dá bons frutos: a árvore má dá frutos maus. O ensino do mestre vai revelar o seu coração. Um homem não pode tirar o bem do coração mau (Lucas 6.43-45). Vamos lembrar então que Jesus nos adverte: "O discípulo não está acima do mestre. " O Mestre é o limite do desenvolvimento do discípulo.

Medite na palavra de Deus e aplique estes ensinamentos em sua vida.

Deus Abençoe.

fonte: hermeneutica.org.br

03/06/2011

O Show precisa Acabar!



A simplicidade e a praticidade do Evangelho são eventualmente mal interpretadas por muitas pessoas, porque a alma humana é por natureza ritualista e mistificada.

O significado do alcance da graça de Deus em Cristo Jesus torna-se insuportavelmente divinos demais, pelo fato de abolir as barganhas, as performances e os rituais humanos. De modo que, na ausência de discernimento, sutilmente o culto que por direito pertenceria a Deus, torna-se de fato um culto a personalidade humana.

Não quero confundir excelência no culto (o que deve sempre ser buscado) com espetáculo religioso (que ovaciona o ego humano). De modo que, pelo fato, de Deus ser excelente, o culto deve ter no mínimo quatro aspectos em seu caráter:

1) Caráter espiritual: “Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” Jo 4.24

2) Caráter Organizacional: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.” ICo 14.40

3) Caráter Funcional: Que farei, pois? Orarei com o espírito, mas também orarei com o entendimento; cantarei com o espírito, mas também cantarei com o entendimento.”I Co 14.15

4) Caráter fundamental: “A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.” Col 3.16

Dentro desses princípios básicos de um culto a Deus, certamente muitas habilidades, dons e talentos serão perceptivos na congregação cristã, de modo que, é necessária a lembrança de outro principio que também abrange o culto – “Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo…” Gl 6.14

Portanto, o culto apresentado a Deus que se manifesta na expressão do espírito em verdade, na exposição da palavra de Cristo, na ordem e na decência, no entendimento, nos cânticos e nos salmos, tem como único alvo a adoração a Deus e a edificação da Igreja de Cristo. Nisto, não existe espaço para a glorificação, exaltação, ou promoção de qualquer personalidade humana.

Porém, infelizmente, muita confusão existe por causa do desconhecimento bíblico do modelo de um autentico culto a Deus. E com isso, o culto passa a dar lugar ao show, entretenimento, espetáculo, e ambiências que descaracterizam o significado de um culto a Deus.

Observo que, o culto essencial a Deus precisa ser resgatado e mantido pela Igreja, enquanto que, o show religioso precisa acabar.

O show das performances humanas precisa acabar, para que, novamente o poder do Espírito Santo possa operar.

O show das palavras de motivação e autoajuda precisa acabar, para que, a palavra de Deus possa gerar arrependimento e mudança nos corações.

O show de lideranças amantes de si mesmas precisa acabar, para que, verdadeiramente pessoas venham ser conduzidas no Evangelho.

O show das experiências mistificadas e pagãs precisa acabar, para que, o Evangelho simples e puro venha transformar vidas.

O show da disputa de poderes institucionais religiosos precisa acabar, para que, a o poder do Evangelho seja a centralidade da vida cristã.

O show das teologias fundamentadas no materialismo e egoísmo precisa acabar, para que, a essência das escrituras possa ser desfrutada e vivenciada na pratica da vida.

O show precisa acabar… e o Evangelho de Cristo, precisa avançar!

Deus abençoe.

Texto: Samuel Torralbo colunista no Púlpito Cristão - Publicado aqui no Cristão Sim Alienado Não